sábado, 6 de maio de 2017

O Cérebro e nossas opções

Estou vivo

Este nosso sentimento de ESTARMOS VIVOS assistindo, ou participando, ou mesmo determinando dos Eventos deste mundo orbita sempre em torno de:

1. Estou gostando da situação;
2. Não estou gostando da situação;
3. Não estou gostando da situação, mas vou continuar nela, pois é minha única opção;
4. Não estou gostando da situação, mas vou continuar nela, mas vou procurar uma forma de mudá-la;
5. Estou gostando dela, e farei tudo para que ela continue assim, pois é minha sobrevivência que está em jogo;

O dilema do Cotidiano

As opções de vida apresentadas no item anterior (“Estou vivo”) traduzem a oscilação de nossos estados emocionais, e podem ser encaradas como o DILEMA DO COTIDIANO. Faço, não faço, deixo como está, procuro alterar ou procuro evitar que alterem ? Quem vai ditar a ação na direção de uma destas opções é o nosso ESTADO EMOCIONAL. Em certos momentos, podemos optar pela opção 4, outras pela opção 5, mas na maior parte das situações somos tomados pelo comodismo, e caímos na opção 3. A maior parte das pessoas está limitada a esta opção.
Decisão e Solidariedade
Uma sexta opção seria:

“6 - Estou gostando da situação, porém existem muitos que não estão gostando dela, e vou colaborar para que ela mude”.

Esta é uma emoção que vai mobilizar o Centro Executivo do Cérebro deste indivíduo em particular, e vai fazer com que ele, mobilizado pela Solidariedade, tome uma Decisão firme. Este é o tipo de indivíduo que vai usar seu Cérebro de forma mais nobre.


Racionalidade

A Racionalidade permeia as Decisões pelas opções que mais se adaptam ao indivíduo, em seu Estado Emocional corrente, conjuntamente com os Conhecimentos que auferiu até este seu momento da vida.

Podemos ter um indivíduo que gostaria de escolher a opção 4, no entanto não tem os Conhecimentos suficientes em seus bancos de ideias (Memória). Outro indivíduo pode ser um perverso que entende a opção 5 como forma de impedir que outros tenham acesso a uma situação de bem-estar, pois pode ser que os outros consigam e ele não ou, pior ainda, lhe dá gosto negar o bem-estar aos outros, pois não os acha dignos.

Uma Racionalidade pura e lógica de escolha do indivíduo seria a Opção 6. Ela dita um comportamento de construção de uma Sociedade e de uma Civilização autêntica. Ela extrapola os limites do Cérebro individual e constrói a consciência coletiva.


Humanidade

Então temos de um lado as opções puramente Emocionais e do outro lado a Racionalidade Pura. Nem um nem outro é um comportamento humano, individual. O verdadeiro Comportamento Humano é resultado de um balanceamento entre as Emoções e a Racionalidade, que tem como modulador o nosso Histórico Pessoal, gravado em nossa Memória.

O indivíduo estritamente Emocional é como uma bomba relógio. O exclusivamente Racional é um chato, um “mister Spock”. O humano é aquele que tem Emoções mas tem um certo Controle sobre elas, resultado da vivência de uma série de experiências (Memória), que lhe dão uma noção estimada dos riscos que se apresentam nas situações a que é exposto.

Fisiologia Cerebral

Em termos de órgãos do Sistema Cerebral, apresentamos a seguir os responsáveis para cada atribuição citada:

Emoções – As emoções tem um Sistema dedicado, denominado Sistema Límbico, cujo principal componente é a Amígdala. Algumas memórias de alta importância são armazenadas na Amígdala, por estarem muito ligadas à sobrevivência do indivíduo.
Histórico – Fica distribuído pelas diversas partes do Sistema Cerebral, de acordo com a sua natureza: auditiva, visual, motora, etc. A este histórico damos o nome de memória.
Racionalidade – O centro absoluto da Racionalidade é a última região a amadurecer do Sistema Cerebral. Trata-se do Córtex pré-frontal.

A Humanidade também vem da Racionalidade do Córtex pré-frontal em disputa com as Emoções do momento e com o Histórico da pessoa.

Este é o princípio geral da Humanidade, ou seja, um balanceamento dependente do contexto em que o indivíduo está, que lhe desperta determinadas Emoções, mas que ele procura superar utilizando o seu Histórico (currículo de vida) e avaliar com a sua Racionalidade o quanto pode passar por cima de suas Limitações no momento com o seu Conhecimento.

A Humanidade depende do momento. Não estamos discutindo Caráter. O Caráter é contínuo, mas não é capaz de ditar a ação em momentos críticos, em que há limitações por absoluta ausência no Histórico da pessoa de Conhecimentos para superar as dificuldades apresentadas no momento. Em um exemplo exagerado, o sujeito pode ter um Caráter decidido, mas não tem força e nem um guindaste apropriado para remover uma rocha de 700 toneladas que está em seu caminho.

Conclusão

O Cérebro nos faz mais do que A MÁQUINA MAIS PERFEITA DO UNIVERSO pois nos dá opções e utiliza bilhões de históricos de vida diferentes. Ele nos torna, por vezes, imprevisíveis, para que não sejamos vistos como meros robôs.

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